A Polícia Militar do Espírito Santo comemorou nessa quarta (06) mais um
aniversário. São 176 anos de história em defesa da sociedade capixaba
escrita pelas mãos de nossos heróicos policiais, mas à custa de muita
chibata.
Capitão Assumção
A PMES, ao completar mais uma data natalícia, não tem muito a comemorar.
Pelo menos, os que constroem a sua história prefeririam ficar
assistindo em casa ao Programa do Ratinho do que participar de um ato
institucional em que se evocam tradições e excessos de formalismos. Os
protagonistas dessa gloriosa Corporação estão desanimados.
O retrato desse desânimo podemos enxergar dentro do Centro de Formação e
Aperfeiçoamento (CFA) da Polícia Militar quando assistimos incólumes a
um espetáculo dantesco e horripilante de pessoas que são colocados na
situação de “professores” e tratam os nossos bravos policiais em
formação/habilitação como se fossem párias. Não oferecem respeito nem se
dão ao respeito e se acham no “direito” de levantar a voz contra
policiais que querem apenas ser homenageados com uma graduação pelo
tempo de serviço que a Corporação sugou deles em mais de uma geração.
Galgar uma promoção de cabo ou de soldado virou sinônimo de tortura. Uma
meia dúzia de pseudo-professores ainda insiste em tratar os nossos
policiais “instruendos” como se fossem sub-espécie. Estão enganados.
Atrás de cada farda “chumbão” existe uma família. São esposas, maridos e
filhos que vêem naqueles queridos policiais os seus grandes heróis.
Não são todos. Mas uma pequena minoria desses “professores” ainda
continua a enganar o estado e a sociedade dizendo que dão um tratamento
digno aos que se deslocam centenas de quilômetros para terem uma
graduação que possa minimizar as dores de uma aposentadoria pelo menos
aceitável no fim de suas vidas. Fazem vista grossa aos direitos humanos
dos que defendem a liberdade do capixaba. Por recalque, usam e abusam de
suas patentes para pisar na cabeça dos policiais, passando por cima até
da democracia brasileira, para dar vazão à vida sem sentido que levam.
Para o bem da sociedade capixaba, A Secretaria de Assistência Social e
Direitos humanos (SEADH) do governo do estado precisa acompanhar de
perto essa formação e habilitação de nossos policiais. Hoje, é muito
mais fácil dispensar os serviços de um policial que prestou mais de 20
anos de serviço ao povo capixaba e, pasmem, sem direito a nada, por um
mero processo administrativo tendencioso, do que colocar nas grades um
molestador de crianças ou um traficante.
O estado de exceção perdura dentro das muralhas desse Centro de
Formação. E por conta desse anacronismo educacional as possibilidades
são remotas de se cobrar tratamento VIP do policial nas ruas enquanto
ele estiver sendo formado aos berros como se animal fosse. PMES, 176
anos de covardia.
Fonte: Capitão Assumção