Policiais militares e bombeiros: o salário baixo é só um dos problemas
Coluna do Ricardo Setti
Amigos, venho recebendo centenas de
mensagens de policiais militares e bombeiros de todo o país agradecendo o
acompanhamento que tenho feito da tramitação, no Congresso, da Proposta
de Emenda Constitucional nº 300, de 2008 – a chamada PEC-300 –, que
propõe uma considerável melhoria salarial nos salários desses
profissionais.
Em primeiro lugar, gostaria de
dizer a todos os que me enviam comentários elogiosos e aos amigos do
blog que não faço favor algum com isso. O assunto é importante,
interessa à sociedade e a centenas de milhares de servidores. É,
portanto, minha obrigação interessar-se por ele.
Em segundo lugar, preciso
esclarecer que defendo, com toda convicção, a necessidade de uma
profunda, radical mudança para melhor na situação dos policiais
militares e bombeiros, e que não se limita a salários: deve também
abranger melhores armas, equipamentos, fardamentos e veículos, melhores
instalações, formação e aperfeiçoamento contínuos – e, claro, avaliações
periódicas de desempenho, para premiação e, também, eventuais punições.
A PEC-300, portanto, é pouco.
É possível, como alega o governo
federal, que arcaria com grande parte dos custos da implantação da
medida, que os cofres públicos não resistam à sua implantação.
Ainda assim, a PEC-300 é uma
oportunidade de ouro, imperdível, para que o governo federal e os
governos estaduais finalmente parem de driblar a realidade dificílima da
segurança pública no Brasil, parem de fingir durante as campanhas
eleitorais que essa é sua prioridade 1 – para logo depois ser esquecida –
e comecem a agir.
Começando pelos pés de barro de
todo o sistema: a grande maioria dos responsáveis pela segurança pública
de todos nós não ganha o suficiente para dar segurança a suas próprias
famílias.
Como exigir que sejam eficientes, corajosos e incorruptíveis?
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